quinta-feira, 15 de março de 2007

Desastre ecológico e econômico na Lagoa de Araruama.

Data: 17/ 01/ 2007

Mortalidade em massa de peixes e camarão por Adriana Saad - Bióloga Chico Pescador - UEPA No dia 14 de janeiro de 2007, foi constatado o maior desastre ambiental registrado na Lagoa de Araruama, acarretando, conseqüentemente um dos maiores desastres econômicos para o setor da pesca da região, representado por cerca de 3.000 pescadores ao longo dos 220 km² do sistema lagunar. A partir de uma vistoria ao longo da orla da Lagoa de Araruama, realizado pela bióloga Adriana Saad e pelo coordenador de pesca da UEPA (União das entidades de pesca e aqüicultura do Rio de Janeiro), Chico Pescador, ambos integrantes da ONG VIVA LAGOA, foi constatado que ocorreu um grande despejo de substância ou composto tóxico entre a região de Cabo Frio e São Pedro da Aldeia. As hipóteses mais prováveis são: 1 – Ocorrência de grande desejo de amônia, juntamente com a presença de carga orgânica em decomposição, proveniente do extravasamento dos pontos de captação de esgotos do sistema PROLAGOS devido ao elevado índice pluviométrico causando baixa total de oxigênio, matando os peixes; 2 – O despejo de substâncias químicas através das refinarias de sal; 3 – O despejo de substâncias químicas nas obras do aeroporto (relato da população local). A vistoria técnica constatou que a maior concentração de siri, camarão e peixes mortos, tanto de fundo, quanto de superfície, foram encontrados entre a Praia da Siqueira em Cabo Frio e Praia Linda em São Pedro da Aldeia, e no entorno da praia do Sudoeste em Cabo Frio, onde foi estimado a morte, em média, de 12 toneladas de pescado em um percurso de 38 km (sem contar os peixes que ainda estão mortos no fundo da lagoa). Estes peixes estavam em estado avançado de decomposição, cerca de 2 a 3 dias, demonstrando que o evento ocorreu aproximadamente há 3 dias. Encontramos espécies mortas: Perumbebas, Carapebas, Tainhas, Sardinhas, Carapicus, Manjubas, Ubaranas, Baiacus, Camarões e Siris. Nas regiões mais afastadas como Iguaba Grande, Araruama e Arraial do Cabo, foi constatado a morte de peixes de superfície, como a sardinha, onde foi estimada a perda de 7 toneladas de pescado em média, sem levar em consideração os peixes que ainda estão na massa d’água. Os peixes encontrados nesta área estavam recém mortos, indicando que estas regiões estavam sofrendo ação indireta do evento. Provavelmente o acumulo de peixes na beira da praia irá aumentar nos próximos dias, pois a massa d’água está repleta de peixes mortos. A perda ambiental é lamentável. A lagoa encontrava-se em fase de recuperação após longos seis anos de graves problemas ambientais ocasionado pelo constante e intenso despejo de efluentes doméstico AS LAGOAS COSTEIRAS SÃO ECOSSISTEMAS FRÁGEIS E DE GRANDE IMPORTÂNCIA ECOLÓGICA E SÓCIO-ECONÔMICA. NÃO SÃO VASOS SANITÁRIOS PARA DESPEJOS DE ESGOTO, SEM TRATAMENTO OU SEMI TRATADOS COMO É O NOSSO CASO SENDO INADIMISSÍVEL QUALQUER TIPO DE DESPEJO QUÍMICO. Quantos aos pescadores, são 3000 famílias que terão que esperar meses para retornar a atividade pesqueira.

Fonte: http://www.jornaldomeioambiente.com.br

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